Ao contrário da maioria dos adultos, as crianças gozam um longo período de férias, metade do qual os seus pais ainda se encontram a trabalhar. Ora ficam com os avós, ora passam dias ao computador, ora vão acompanhar o pai ou a mãe ao trabalho. Os horários trocam-se, a alimentação modifica-se, a agitação psicomotora tende a aumentar e, regra geral, as crianças estão mais preguiçosas e mais rabugentas!
Os pais desdobram-se em pensamentos (apelando à sua criatividade) no sentido de proporcionar aos seus filhos actividades e/ou momentos bem passados enquanto não entram, eles próprios, de férias. É a altura do ano em que os pais passam mais tempo com os seus filhos, ou onde estes passam mais tempo com adultos que não estão, de todo, habituados a usufruir tanto tempo das suas crianças! E isto é confuso, desgastante e muitas vezes incapacitante, para miúdos e graúdos.
É certo que as crianças vivenciam uma mudança de rotinas e é absolutamente normal que isso lhes provoque uma certa inquietação. Mas será tudo isto, algo que seja menos benéfico para as crianças?
Para nós, adultos, uma das vantagens de estar de férias é “não ter horários” (ouço também muitas vezes entre amigos). E isto é, tal como acontece com as crianças, uma mudança nas nossas rotinas! A única diferença consiste no facto de os adultos terem a capacidade para se reorganizarem em função das mudanças de rotina decorridas desta altura do ano. As crianças precisam de um adulto que as oriente, que as informe e que as esclareça acerca do que irá acontecer. Desta forma, irão, com mais facilidade, saber exprimir-se acerca daquilo que são as suas necessidades, as suas dúvidas e as suas impaciências.
Não é necessariamente mau que as crianças fiquem sem nada para fazer, ou que passem algum tempo em actividades que, em altura de escola, são pelos pais limitadas. Ainda assim, é necessário estar atento e saber gerir algumas características que sobressaem por esta altura. A alteração de horários e as mudanças de rotina são, também eles, processos de aprendizagem, de auto-controlo e de autonomia, tão importantes como todos os outros que são adquiridos em tempo de escola.
Por isso, não há razão para preocupações se a criança está mais agitada no regresso à escola! Afinal…quem já não passou por isso no regresso ao trabalho?
Ana Rita Barros
Psicóloga Educacional
Olá,
ResponderEliminarandei a navegar no vosso blog e gostei muito de o ler, talvez por ser Licenciada em Ciências da Educação e por achar que devemos a cada dia lutar por uma educação mais rica e inclusiva. Tenho uma amiga que tem um blog sobre questões educacionais e pedagógicas, não sei se têm curiosidade em ver e em seguir, caso estejam interessados podem fazê-lo a partir http://praticaspedagestaoconflitos.blogspot.com/ Eu também tentei ser seguidora do vosso blog mas não consegui. Tentarei mais tarde.
Natália Areias
Olá Natália,
ResponderEliminarMuito obrigada! É bom saber que, como nós, há tantas outras pessoas interessadas em tudo o que possa dizer respeito ou contribuir para uma educação mais inclusiva e com mais IdeiasCrEativas! :) Obrigada também por sugerir esse blog, o qual vamos acompanhar com certeza!
(Penso que agora já conseguirá tornar-se seguidora...não sei bem o que se passou, as nossas desculpas.)
Célia Gandres, em nome de Ideias&Creação